
Hoje, é comum vermos filhos adultos cuidando de pais idosos. Com o aumento da longevidade, mais pessoas vivem por mais tempo, o que é uma conquista, mas também traz novos desafios. As mudanças na Previdência retardaram a aposentadoria. Muitas empresas enfrentam a rotina dos que, depois de terem passado algum tempo levando os filhos ao pediatra, agora precisam acompanhar os pais a consultas geriátricas.
Meus pais se aposentaram cedo e tiveram tempo para cuidar de seus próprios pais. Tenho uma tia idosa que não encontra a mesma facilidade, pois os filhos ainda trabalham e fica mais difícil conciliar as agendas. O fenômeno impacta muitas empresas em que as novas gerações convivem hoje com colegas mais experientes, com expertise e demandas específicas.
Quanto mais se avança na idade, maior é a tendência a doenças crônicas, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Funcionários mais sêniors demandam adaptações como barras nos banheiros, melhorias de mobilidade, revisão das normas de segurança e apoio com planos de saúde, que ficam mais caros. Em muitos casos, além de serem responsáveis por pais idosos, também estão envelhecendo e precisam se preocupar com seus exames preventivos, com o seu bem-estar físico e mental, até mesmo com a sua estética, por uma exigência do meio em que circulam.
Entre 2000 e 2020, a expectativa de vida ao nascer do brasileiro saltou de 69,83 anos para 76,74. O ganho de 6,91 anos no Brasil é duas vezes superior ao registrado no mesmo período na França, por exemplo, de 3,44 anos. E a expectativa de vida ao nascer no Brasil em 2024 já é de 77,60 anos.
Nosso dever é enfrentar a realidade. A dica é você dar uma olhada dentro de casa ou da sua empresa e ver o que pode ser feito para assegurar cuidado integral a quem tem mais idade. Sempre é válido, também, seguir a receita simples de quem vive mais: fazer exercícios, ter um propósito, simplificar a rotina, consumir mais vegetais, manter a fé, valorizar a família e cultivar relações positivas.
Isso não garante que se chegue aos 100 anos, mas faz a diferença. E fico feliz ao me dar conta que tudo tem relação com um de meus temas preferenciais, para o qual precisamos dar cada vez mais atenção: educação em saúde.